16 de nov. de 2011

Resenha: Um Sábado Qualquer... - Carlos Ruas

Esta é a minha primeira HQ resenhada, como não sei como fazê-lo exatamente, então mesclarei um pouco da ideia geral com algumas tirinhas, tentando apresentar assim, o que o autor provavelmente quis passar... A verdade é que sairá como as resenhas de livros, mas ao invés de citar frases, serão as tirinhas que darão uma ideia geral do proposto aos leitores.

Quem acompanha as tirinhas de Carlos Ruas (1987) sobre Deus, a criação e frustrações de ambos, através do divertido site Um Sábado Qualquer (http://umsabadoqualquer.com/) criado em 2009, agora poderá ler uma seleção bacana por meio do livro lançado pela Editora Devir (2011, 127 páginas R$35).

A liberdade para brincar com Deus, um tema bastante polêmico – que muito não aceitam por acreditar ser desrespeito –, Ruas faz com qualidade e conhecimento sobre o que escreve e desenha. Não vejo falta de respeito, mas ironia sobre como o ser humano trata o mundo, a questão do autoconhecimento e a visão de Deus, muitas vezes tido como um tirano que não tem senso de humor. Como é sempre mostrado, o Criador adora uma piada, afinal, criou o ornitorrinco.

 
A brincadeira saudável apresentada em cada tirinha, mostra que as pessoas realmente não precisam temer – caso acreditem em Deus –, que irão a algum lugar ruim por rir e ficar feliz.

Os desenhos têm traços simples, algumas cores e muitas expressões. Apresentando vários “convidados” especiais para completar o bom humor, como Einstein, Nietzsche, Sigmund Freud que tenta entender a revolta de Deus, e outros.


Com a presença quase constante do boneco palito Adão, Deus tem de livrá-lo, ajudá-lo a aguentar Eva, os dois aprontam e riem da criação naquele planeta tão maltratado... A criação é um problema, se mostra mal educada com o planeta, destruindo, sujando. Ruas mostra o desrespeito com que as pessoas tratam o mundo, tendo Deus sido ou não o criador de tudo e todos.


Também há o Luciraldo – mais conhecido como Lúcifer –, e sua feição desanimada, mas que apronta das suas, há uma tirinha com a explicação interessante de como ele foi parar no Inferno, e não é muito bom para a reputação de Deus que ele espalhe por aí...

No final do livro há o especial sobre A Arca de Noé, em que Deus pede que seja feita a barca e que contenha um casal de cada espécie de animal e ficará à deriva por 40 dias e 40 noites... A história clássica. Mas Noé sofrerá muito com tantos seres convivendo. Terá muito, muito trabalho para mantê-los vivos, longe um do outro.

Um Sábado Qualquer... proporciona algumas horas de muita diversão.

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Editora: Devir
ISBN: 9788575324875
Ano: 2011
Páginas: 128
No Skoob
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8 comentários:

  1. Já conhecia, como bom ateu, as tirinhas do Ruas, e fico feliz em ver uma obra que trata, com humor de inteligência singular, um assunto evitado em muitas ocasiões, por incomodar as bases do pensamento religioso monoteísta. Parabéns, Cell!

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  2. Obrigada, Victor ^.^

    O cara é bom e sabe fazer humor na dose certa. =)

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  3. Gostei da sua resenha de HQ. Estou preparando uma, mas do Wolverine hehehe beijos

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  4. Muito legais as tirinhas do Ruas.

    Amiga minha já me obrigou a comprar um "Deus de Pelúcia" pra ela. -__-

    Boa resenha.

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  5. Obrigada, Tati =)

    Davide, quero MUITO um Deus de Pelúcia rsrsrs

    Obrigada pela visita =)

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  6. Cara, pra mim, o Ruas é o perfeito exemplo de como se pode fazer um humor inteligente, que ataca os pontos certos e não ofende.
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    ...E eu admiro Jesus pra caramba e sempre fico pensando que ele deve olhar pro que as religiões cristãs viraram e se perguntar como elas se esqueceram que o primeiro milagre dele foi transformar água e vinho pra uma festa não acabar. ;)

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  7. Verdade, Adriana (estranho te chamar assim... aqui em casa é só Strix rsrs), o Ruas tem conhecimento sobre o assunto, muitos podem somente dizer que é ironia da ideia de um Deus, porém, dá pra ver que ele se aprofundou, pesquisou, por isso o faz muito bem.

    E, antes de tudo, respeito às crenças de cada um é o que deveria existir. Se as pessoa veem a Bíblia como ficção, tem que respeitar quem não vê assim, da mesma forma que devem respeitar que não acredita nela, tão simples e inteligente.

    Rir de forma inteligente é mais difícil, é mais simples apontar e dizer que a pessoa é ignorante por acreditar em certas coisas - independente do que seja.

    Mas atacar, de forma violenta, desrespeitosa, a quem acredita é muito infantil.

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