4 de jan. de 2011

Clube do Livro: Resenha: Frankenstein – ou o moderno Prometeu – Mary Shelley

Recebi o convite de Jr. Cazeri, o moço do Café de Ontem, para participar de um tipo de Clube do Livro entre blogs. Achei a ideia interessante por isso aceitei. Ao final das resenhas sempre colocaremos os links dos outros participantes, que são eles Café de Ontem, A LitFan e Mundo de Fantas, o leitor também é convidado a dividir sua opinião.
O primeiro título escolhido foi

Frankenstein, ou o moderno Prometeu
de Mary Shelley
Num típico dia chuvoso, sem nada para fazer além de se manter em casa e contar algumas histórias de fantasmas, Lord Byron convidou os amigos a escrever, cada um, sua própria história de sobrenatural, Mary Shelley (1797-1851) se sentiu desafiada, já que há muito seu marido, o poeta Percy Shelley, a incitava a seguir os passos de seus pais, porém, ou não havia tempo ou mesmo uma história a altura a ser passada ao papel. Durante dias ela pensou em algo que pudesse de fato dar medo nas pessoas, nasceu assim Frankenstein – ou o moderno Prometeu (1818).

Victor Frankenstein narra sua desventura ao homem que o salvou, pois se encontrava à deriva, o Sr. Walton o manteve em seu navio, e por sua vez a conta em forma de carta à sua irmã Margaret, este estilo narrativo era bastante utilizado na época, alguns exemplos conhecidos são A Pedra da Lua de Wilkie Collins (leia a resenha) (1868), e diz-se que este inspirou Bram Stoker a utilizar-se de diários em Drácula (1897).

O livro Frankenstein retrata a busca incessante do homem pelo oculto da criação, a vontade de tornar-se um deus. “Desbravarei novos caminhos, explorarei forças e revelarei os mistérios da criação”, mesmo que da forma mais hedionda “coletava ossos dos necrotérios e profanava, com os dedos, os recônditos do corpo humano”, para literalmente dar vida ao seu intento.

Cego diante do processo, Frankenstein não percebia a criatura que entregava à vida, quando enfim ela despertou, também assim foi com o cientista, e ao ver seu monstro, tentou fugir. Mas era apenas uma fuga física, pois seu ser seria marcado para sempre.

Frankenstein – ou o moderno Prometeu é uma história temperada pelo horror e pelo drama.
“Desejo que minha hedionda criação prossiga e prospere. Tenho afeição por ela, pois foi fruto de dias felizes, quando a morte e a dor não eram senão palavras que não encontravam eco em meu coração”.

A versão que li foi da Martin Claret. Já li outros volumes da editora e em todos havia erros de digitação, e em Frankenstein não foi diferente. Porém, a obra está além disso, e Mary Shelley presenteia o autor com o clássico e ótimo livro de horror.

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Título original: Frankenstein or the morden Prometheus
Tradução: Pietro Nassetti
Editora: Martin Claret
ISBN: 9788572324168
Ano: 2001
Páginas: 208
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Outro título escrito por Mary Shelley, pouco conhecido, é O Último Homem, lançado no Brasil em uma bela edição bilíngue pela Editora Landmark.
Leia também as resenhas de Café de Ontem, A LitFan.

2 comentários:

  1. As citações refletem perfeitamente o clima pesado e um tanto opressor, tanto pelos fatos como pelos sentimentos descritos no livro. Obrigado por participar e dividir sua opinião com todos nós do clube

    ;)

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  2. Celly, resenha bacana, gostei. Interessante esse aspecto de que o cientista despertou com a criatura, não havia pensado dessa forma. Ah, também li a versão da Martin Claret e concordo, merecia um cuidado maior.

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