As aventuras de Pinóquio será lançado dia 07 de dezembro de 2011 e a Cosac Naify propõe uma redescoberta da famosa história
do boneco de madeira, publicada originalmente de forma seriada num jornal
italiano. A editora preparou uma edição especial, limitada a 3500 exemplares
que vêm em uma luva e cujo miolo foi impresso com uma cor especial no papel
importado GardaPat Kiara, capa dura e impressão em hot stamping.
Esqueça a história simplória do boneco que ao mentir via
seu nariz crescer. Tenha as adaptações em livros ou animações (especialmente a
da Disney) apenas como vaga referência – a trama original do Pinóquio de Collodi é muito mais complexa, uma
narrativa que acontece dentro da barriga de um Peixe-Cão, por cima de uma
serpente “cuja pele era verde, os olhos de fogo e a cauda afilada soltava
fumaça como uma chaminé”, junto ao papagaio falante do Campo dos Milagres, nas
horas de espera na porta da Casa da Fada (enquanto a enorme Lesma desce a
escada); a história de como um “pedaço de pau que ria e chorava como uma
criança” se transforma em Pinóquio, um dos personagens mais queridos da
literatura. No ritmo trepidante de Collodi, ele passa fome, é zombado na escola
(embora responda com uma bela cotovelada de madeira), rouba dinheiro e se
arrepende (quase) sempre das encrencas nas quais se mete.
Essas são apenas algumas d’As aventuras de Pinóquio, que passaram por gerações de leitores de
todas as idades no mundo. Uma fama que, segundo Italo Calvino,
“se estende por todo o planeta e em todos os idiomas, a capacidade de
sobreviver indene às mutações do gosto, das modas, da linguagem, dos costumes,
sem jamais conhecer períodos de eclipse ou de esquecimento”.
A tradução do texto integral de Ivo Barroso mantém o
delicioso ritmo de folhetim associado a uma linguagem refinada e límpida do
original. No posfácio inédito no Brasil de Italo Calvino, ele comenta o alcance
do livro: “Quando comecei a escrever considerei Pinóquio um modelo de narrativa
de aventuras; mas creio que sua influência devia ser estudada em todos os
escritores de nossa língua”.
As ilustrações exclusivas de Alex Cerveny são uma atração
à parte: o artista brasileiro utilizou a técnica cliché verre, do final do
século XIX (contemporânea ao livro), na qual se chamusca uma placa de vidro com
uma vela e desenha-se rapidamente sobre esta superfície com um objeto
pontiagudo. O resultado são imagens oníricas de um Pinóquio nunca antes
imaginado.
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Editora: Cosac Naify
Páginas: 360
Ilustrações: 60
ISBN: 978-85-405-0014-3
Ilustrações:
Alex Cerveny
Tradução: Ivo Barroso
Posfácio: Italo Calvino
Tradução: Ivo Barroso
Posfácio: Italo Calvino
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