Este romance, finalizado em 1929, marca o início da
chamada "segunda fase" da carreira de William Faulkner (1897-1962) e é
considerado sua obra mais importante. Vinte anos depois, o autor se
consagraria definitivamente, ao receber o Prêmio Nobel de Literatura em 1949. O
ambiente da escritura de Faulkner é o sul dos Estados Unidos,
escravocrata e derrotado na Guerra da Secessão. O som e a fúria
(Editora Cosac Naify, 336 páginas, R$79) narra a agonia de uma família da velha aristocracia sulista, o leitor acompanha a derrocada dos Compsons
pelos olhos de seus filhos - incluindo um idiota e um suicida -, entre os dias 2 de julho de 1910 e 8 de abril de 1928. Um
apêndice, acrescentado pelo escritor em 1946, fornece outras informações
sobre a história dos Compson entre 1699 e 1945. Assim, é possível
afirmar que o grande personagem desta obra-prima é o tempo, o que lhe
confere interesse universal.
O título vem de Shakespeare: "A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, sem significado nenhum", (Macbeth, Cena V, Ato V).
O título vem de Shakespeare: "A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, sem significado nenhum", (Macbeth, Cena V, Ato V).
A segunda fase é o período em que o autor encontra seu caminho, com obras violentas, austeras, plenas de horror, mas onde não falta, por vezes, uma comicidade exacerbada. É aqui que Faulkner desenvolve seu estilo avassalador, com frases longas e muitas vezes obscuras que se espalham pela página inteira e que obrigam o leitor a guardar detalhes ínfimos, que só terão explicação em um desenlace eventualmente frustrante, porém inexorável. Esta é a fase das experimentações, com histórias diferentes correndo em paralelo, um mesmo fato sendo contado por várias personagens alternadamente, contos encadeados até formar um romance, o mundo sendo mostrado pelos olhos de um idiota, o desnudamento do turbilhão desconexo a atormentar o suicida às vésperas do gesto fatal. Aqui se encontram as narrativas trágicas da decadência moral e material de famílias inteiras, como os Snopes, os Compson, os Sutpen e os Sartoris, da derrocada inevitável de um Sul imerso em um passado glorioso atropelado pela História, a maldição do sangue, o preconceito racial.
Utilizando a técnica do fluxo de consciência, consagrada por James Joyce, Virginia Woolf, Marcel Proust e Thomas Mann, Faulkner narrou a decadência do sul dos Estados Unidos, interiorizando-a em seus personagens, a maioria deles vivendo situações desesperadoras no condado imaginário de Yoknapatawpha. Por muitas vezes descrever múltiplos pontos de vista (não raro, simultaneamente) e impor bruscas mudanças de tempo narrativo, a obra faulkneriana é tida como hermética e desafiadora.
Recebeu o Nobel de Literatura de 1949. Posteriormente, ganhou o National Book Awards em 1951, por Collected Stories e em 1955, pelo romance Uma Fábula. Foi vencedor de dois prêmios Pulitzer, o primeiro em 1955 por Uma Fábula e o segundo em 1962 por Os Desgarrados
William Falkner escreveu também:
Santuário, (1931), Luz em Agosto (1932), Palmeiras selvagens (1939).
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Editora: Cosac Naify
Tradução de: Paulo Henriques Britto
Páginas: 336
ISBN: 9788575037720
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Fontes: Cosac e Naify e Wikipédia
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Me interessou =) Gosto de histórias que falam do ponto de vista de um suicida, além do que ganhou o prêmio nobel de literatura.
ResponderExcluirÉ bacana, né? Um clássico! =)
ExcluirO tempo como principal personagem, curioso...pelo que é comentado na dica a história se trata de um tipo de horror cotidiano, um horror ligado à decadência da aristocracia americana correto? Muito atraente.
ResponderExcluirÉ essa a ideia mesmo. =)
ExcluirGostei da resenha e da complexidade da trama: com certeza, um desafio... Para quem ama, acima de tudo, literatura!
ResponderExcluirVai para a minha lista sem fundo e sem fim! (risos)
Obrigada e beijos!
Esta é uma sinopse, a resenha ainda não veio rsrsrsrs
ExcluirAssim que eu conseguir, lerei... também está na minha lista sem fim =*