1 de jul. de 2011

Resenha: Menina Morta-Viva - Elizabeth Scott

Alice, esse não é seu nome. Mas é o nome que tem. Uma menina que sofre toda sorte de abusos de seu “pai”, o homem que a raptou, que a roubou de sua vida, de sua infância, de sua família. Quarenta e cinco quilos, nada mais do que isso.

“Não crescer nunca.
Talvez funcione em historinhas infantis.
Tente dizer isso enquanto uma mão quente e pesada a belisca para se certificar de que você ainda é uma criança.
Tente dizer isso quando é impedida de crescer, quando está presa para sempre no que outra pessoa quer que voe seja”.

Ninguém em seu prédio ou em qualquer lugar percebe a menina, que dirá seu grito escondido. Alice não grita, mas seus olhos imploram.

“E mesmo que decorasse meu pescoço com um círculo de marcas de dedos e me deixasse prostrada na rua, ninguém daria bola... em lugar nenhum, porque não sou nada, sou invisível. Aprendi isso do modo mais difícil”.

Ray, o pai – real em muitas casas –, a ameaça todo o tempo, há cinco anos, desde que fora levada aos dez. Caso faça algo que o desagrade, sua família pagará da forma mais cruel, assim como ela mesma.

“Olhando para ele, parece gente, mas basta olhar mais de perto para ver que não é o caso. Não é que seja oco por baixo da pele. É podre, isso sim”.

Mas a pequena Alice, a menininha de Ray, está crescendo e ela sabe que não permanecerá por muito tempo mais o lado de seu carrasco, afinal houve outra Alice antes dela... e tanto seu final quanto o de sua família não foi nada feliz.

Uma história intensa e rápida, extremamente forte de abusos não explícitos, afinal não há necessidade, se assim fosse feito seria apenas uma tentativa de deixá-la ainda mais trágica, o que com certeza seria somente apelação, porém a autora soube conduzi-la pelo o caminho certo. A narração é muito interessante, a visão de fora; a visão de Alice; a visão do passado. Não é um livro de fantasia, e sim da realidade que não mede esforços para a maldade, a verdade de muitas Alices.

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Editora: Editora Underworld
ISBN: 9788564025134
Ano: 2011
Páginas: 172
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6 comentários:

  1. Queroooo ler esse livro. E sua resenha me deixou mais curiosa ainda.

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  2. É a segunda resenha que leio. Ainda não sei se tenho coragem de ler algo tão perturbador. Acho que fiquei mais covarde depois de ser mãe. Ótima resenha, Celly.

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  3. Como disse na resenha, não é nada explícito, mas dá uma raivinha, sabe rs

    Mas é bastante indicado, leia sim =)

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  4. Imaginava algo completamente diferente quando tomei conhecimento do livro no site da Underworld. Pensei em algo fofinho, gótico, meio Tim Burton. Esse é o problema do velho ditado, que por mais que não queiramos seguir, incoscientemente tomamos como primeira ação: "Não julgue um livro pela capa".

    Pela resenha (sinopse, não?) imagino agora algo pesado, e que, sem dúvida, me deu vontade de ler.

    Já está na lista de próximos a adquirir.

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  5. Quando tomei conhecimento deste livro também imaginei algo diferente, me surpreendi muito - positivamente.

    É a resenha, a sinopse está em "Dica de leitura" =)

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  6. Estou lendo o livro no momento e achei-o muito tenso, mas não a ponto de afugentar os leitores. É belo, é triste, mas também é angustiante e ficamos indignado diante da situação, mas é a realidade. Como a blogueira disse, não é fantasia, mas da realidade e existe muito caso parecido como o livro. Um livro de leitura ágil e intrigante. Vale a pena lê-lo!

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