Quando iniciei a leitura, combinamos Cláudia Charão da Livraria Outubro e eu, de fazermos resenhas. Bem, pensei que seria um livro repleto de suspense, pois já começa assim, porém, a história se arrasta e ao final pensei: cadê a história?
O vôo 777 pousou no aeroporto e permaneceu lá, com as luzes apagadas e as cortinas abaixadas, nenhum passageiro desceu, nenhum sinal de vida. Uma típica história de filmes americanos, em que o pai precisa abandonar o filho, pelo qual briga pela guarda, para responder o chamado de urgência sobre o avião sem vida.
Nota-se a grande pesquisa feita, sobre todos os assuntos abordados, sobre as marcar e modelos de todos os produtos utilizados. O problema é quando o narrador sai e entram os escritores para explicar, por exemplo, que o eclipse solar deve ser chamado de “ocultação” do sol, o leitor sai da história para ler tal explicação mal colocada, dando a sensação de que foi jogada ali para não ser desperdiçada. Não digo que são sempre desnecessárias, talvez sejam somente para a estória em si, pois, qual a razão de se saber a distância entre a Terra e o sol para a história em questão? Todo o resultado da pesquisa foi colocado em Noturno, o que fez o livro ser cansativo, uma idéia que não caminha.
Também o texto é bastante enrolado, percebe-se isso facilmente:
“Aquela ocultação duraria exatamente quatro minutos e cinquenta e sete segundos: pouco menos de cinco minutos de estranha escuridão noturna no meio de uma linda tarde no início do outono.”
penso que houve a tentativa de escrever tantas páginas sobre a “ocultação” e como todos a viam, para durar os tais 4min e 57seg, com o objetivo de nos transportar para a história... mas não tiveram sucesso. Sim, o eclipse – ou ocultação – tem ligação com a história, mas o enrolar – ou a explicação –, não necessariamente.
Há, também, a dificuldade de adicionar um pensamento ou característica aos personagens, então a todo momento utilizam-se de frases como:
“Para Eph, os fins de semana com Zack eram a sua vida...”
“Para Setrakian, a Penhores Knickerbocker (...) nunca fora um meio de enriquecer...”
“Para Eldritch Parlmer, aquilo provava que qualquer coisa (...) era realmente possível...”
A história não me prendeu. A única ideia interessante foi a do vampiro na época do nazismo, no campo de concentração.
“(...) Dieter Zimmer, um jovem oficial (...). No campo era um verdadeiro sádico, que se gabava de engraxar as botas toda noite para retirar a crosta de sangue judeu.
Agora ele ansiava por esse sangue...”
Mas a maior falta de criatividade que percebo em histórias de vampiros, é que sempre, de forma rápida e sem significado, criticam os antigos autores – leia-se Bram Stoker – como se eles estivessem sempre errados ao produzir uma ficção e descrever seus personagens:
“(...) os crucifixos e a água benta? Produtos de sua época. Frutos da febril imaginação irlandesa de um escritor vitoriano e do ambiente religioso da época.”
a proposta dos novos vampiros é de uma criatividade imensa. Enfim, eu não recomendo! A Cláudia adorou - leia a resenha dela!
*****
Tradução de: Sérgio Moraes Rego e Paulo Reis
Editora: Rocco
ISBN: 9788532524638
Ano: 2009
Páginas: 464
Editora: Rocco
ISBN: 9788532524638
Ano: 2009
Páginas: 464
Oii,
ResponderExcluirEstou doida para ler este livro, está na fila mas ainda não deu para comprar.
Depois passa la no meu blog? Está com layout novo exclusivo e 1 promoção do blog com o livro Diários do Vampiro - A fúria :)
bjoo
Adorei a sua resenha, sabe que até a enrolação eu relevei, mas não tinha sentido/percebido a alfinetada nos vampiros antigos (como você disse do Bram Stoker), isso eu não gosto ... me irrita bastante quando tentam diminuir quem criou o lance todo, é prova de que é muito bom ler uma opinião diferente, você me fez ver coisas que tinham passado despercebidas.
ResponderExcluirGostei da parte do Nazismo também, podiam fazer um livro em cima daquela história.
Bjusss
Celly, gostei da resenha, fui conferir a da Cláudia também, sabe que fiquei bem curiosa para ler o livro? Apesar de concordar com você, não há necessidade de desmerecer o clássico para criar um novo perfil vampiresco, mesmo assim, me parece um livro interessante, será que leio?? humm.... por na fila dos " livros que talvez eu leia porque já estarão no sebo em 2011" :P
ResponderExcluirCláudia, sempre encontro histórias novas que criticam Stoker, uma pena.
ResponderExcluirTambém pensei nisso, que poderiam estender a história sobre vampiros no nazismo, uma idéia diferente.
^.^
T, leia, sim, ai vc faz uma terceira resenha!
ResponderExcluirApesar de dizer que não recomendo, acho que se deve ler, pq cada um tem um gosto diferente... ainda bem...
^.^
Leia, mocinha!
Realmente, alguns escritores atuais parecem acreditar que desbancando os classicos ganham mais espaço. Quando se esquecem que a criatividade é a alma do negócio...
ResponderExcluirGostei da resenha, primeira crítica negativa que vejo sobre o livro, não me animei em comprar, o mercado anda muito saturado com esse papo de vampiros, fica tudo muito "mais do mesmo". Noturno será uma trilogia, não? Se for me arriscar na série vou esperar sair antes os outros dois.
ResponderExcluirRubra Rosa, e esse não é o primeiro livro que leio falando 'mal' de Stoker, uma pena ter que fazer esse tipo de comentário, sendo que não enriquece a história, pra mim, apenas piora.
ResponderExcluir=)
Diego, sim, será uma trilogia... mas sinceramente, já desanimei no primeiro livro, não pretendo ler os demais...
ResponderExcluir=)
esse livro parece ser bom!
ResponderExcluirhein, tem outro presentinho no meu blog pro seu!
haha
beeijos
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ResponderExcluirEu vou ler os demais livros apenas porque já os tinha comprado e quero saber onde eles vão chegar nos próximos dois volumes. Gostei da história como um todo, mas não da forma como ela foi conduzida. E as críticas as histórias clássicas são forçadas e completamente desnecessárias. Bram Stoker não me deixava dormir de ansiedade pelo final, já o Del Toro e o Chuck quase não conseguiam me manter acordade durante o dia... rs.
ResponderExcluirÉ, também não aguentei esse livro, não, bem chato, mesmo!
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