12 de set. de 2011

Resenha: O Desaparecimento de Katharina Linden - Helen Grant


Toda a história é narrada alguns anos depois de seu acontecimento, pela visão daquela que a avó explodiu um pouco antes do Natal. Pia Kolvenbach estava na festa de Karneval quando todos de repente começaram a procurar por Katharina Linden, Pia, no entanto, não tinha a mesma visão que os adultos, pensava que seria estranho aceitar a versão deles de que a menina teria sido levada por alguém – na verdade os pais de Pia lhe disseram que Katharina provavelmente dormiu na casa de alguma amiguinha e esqueceu de avisar, claro que ela não acreditou nesse absurdo –, mas  como ter sido levada em meio a toda uma cidade de conhecidos? E Katharina Linden não foi a única desaparecida.

Em busca da solução para o sumiço de cada vez mais meninas, Pia e Stefan começam a procurar o culpado através das histórias de seu amigo Herr – senhor em alemãoSchiller, que acredita nas crianças e tenta ajudá-las, apesar de estar limitado pelos seus oitenta anos.

“Infelizmente, quando você ficar mais velho, vai descobrir que algumas situações são ruins assim” ­– Herr Schiller pareceu triste.

Num primeiro momento talvez a questão de Pia e seu amigo, Stefan Fedido, terem apenas dez anos, serem bastante inteligentes – não que crianças dessa idade não o sejam –, e seus conhecimentos irem muito além do que os de meninos e meninas reais da mesma idade, atrapalhe, mas deve-se lembrar que a história é narrada depois de Pia estar crescida então seu vocabulário não tem necessidade de acompanhar o de uma garota da idade em que se passa a narrativa.

Além dos sumiços infelizmente comuns de crianças – Katharina Linden é apenas mais uma –, a realidade outra vez se mostra na ficção quando os pais de Pia travam uma batalha toda vez que precisam conversar sobre qualquer assunto, as discussões são sempre fortes e altas, principalmente para crianças, e a menina sente essa distância entre eles. Sua mãe é inglesa e detesta a Alemanha e sempre que possível deixa sua opinião bem clara para todos. O casal então decide por se separar, levar os filhos para uma cidade desconhecida e nada agradável, na visão de Pia, seria o melhor, mas para quem exatamente?

Simplesmente observei minha mãe retorcer as mãos e sorrir com nervosismo. Senti-me gelada, como se ela fosse uma total estranha oferecendo-me falsidades, falsidades concebidas para machucar”.

Livros com termos em outro idioma – no caso alemão – me fazem sair da história cada vez que tenho de consultar o vocabulário, principalmente quando se encontra no final da obra – a curiosidade é sempre maior do que simplesmente deixar passar. Não acho que seja interessante quando não se faz necessário à história, como é o caso.

Pia vê-se limitada pelos cuidados da mãe, enquanto o amigo Stefan tem toda a liberdade de ir e vir, mas isso não os afasta de sua grande missão, ela dá um jeito e acaba por acompanhar o amigo, mesmo com o pensamento em uma Inglaterra que não lhe agrada. Mas desvendar todos os desaparecimento é muito mais importante do que pensar em si mesma, mesmo para uma criança.

A autora, Helen Grant, nasceu em Londres em 1964, morou em Bad Münstereifel, na Alemanha – onde se passa a história –, e se inspirou em lendas locais para escrever seu primeiro e ótimo romance e assim como o livro “Contos de Terror do Tio Montague” de Chris Priestley, Editora Rocco, 2008 (leia a resenha), “O Desaparecimento de Katharina Linden” Editora Bertrand Brasil, 2011, não desmerece o leitor juvenil, a história aguça a curiosidade com toques de suspense e terror, também os dois livros se parecem em outro aspecto, em cada um há um velhinho que gosta de contar histórias de assustar que aconteceram em suas vidas ou na cidade.

“Era um daqueles raros indivíduos que não tratavam as crianças como se elas fossem totais incapazez”.

Dois livros bastante indicados para jovens que não têm medo e gostam de desafiar o desconhecido em busca de aventuras.




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Editora: Bertrand Brasil
Tradução de: Flávia Carneiro Anderson
ISBN: 9788528615098
Ano: 2011
Páginas: 350
No Skoob
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11 comentários:

  1. Nem sou tão jovem assim mas me interessei muito por esse livro.
    Estou a procura de um livro que saia um pouco da 'receita' é dificil mas esse parece ter elementos no minimo interessantes.

    Não sei porque mas Herr Schiller me parece um tanto Mestre dos Magos! Kkk

    Acho que a capa do livro chama bastante atenção no fim das contas...

    Bj

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  2. Interresante ") Adorei a resenha e o livro parece ser cheio de surpresas do jeito que eu gosto.

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  3. Adorei! quero participar!
    Tatiane Carine
    @tatinhacarine

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  4. Tatiane, você deve deixar seu comentário no post do sorteio para valer.

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  5. Quando o vi pela primeira vez achei que fosse alguma coisa diretamente ligada ao sobrenatural, mas pela resenha isso não fica claro então temos múltiplas possibilidades. E como é um tema recorrente, desaparecimento de crianças, acho que o livro por si só já tem todo um peso próprio e somado ao conflito entre os pais da Pia devem criar um clima ainda mais intenso. Realmente eu achei estanho a escolha da idade das crianças, muito novas, tah até parecendo anime isto kkkkk. Enfim, parece ser uma boa leitura e como já disse a Celly antes, a capa é linda! Uma ótima resenha, Tia Celly, beijos!

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  6. O enredo não é nada do que imaginei e nem sabia que a autora era a mesma do Contos de Terror (que esta na minha lista faz tempo), acho que iria gostar dele.

    Bjus

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  7. Não, Cláudia, não é a mesma autora, não rsrsrs...

    Contos de Terror é de Chris Priestley

    =)

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  8. Adicionei o autor, realmente tinha esquecido ^.^

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  9. Esse livro me pegou pela capa (amo gatos) esses olhos são tudo, a sinopse me deixou louca e sua resenha me alucinou, então tenho + 1 para ter de juntar $$$ ou quem sabe ganhar ak,,rsrsrr e a outra resenha dos Contos de Terror , meu haja $$

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  10. O livro parece ter uma trama bem complexa, o que dificulta um pouco fazer a resenha. Levei um pouco para entender o que realmente acontece.

    A primeira frase me deixou bem zonzo: "Toda a história é narrada alguns anos depois de seu acontecimento, pela visão daquela que a avó explodiu um pouco antes do Natal."

    A resenha cumpre seu papel> Fiquei com vontade de ler o livro.

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