"Grendir é uma praga – continuou Defth. – Algo
que tem um único propósito. Destruir. Pergunto-me o que será dele quando o
inverno passar?”
É interessante começar explicando as belíssimas
ilustrações, ou como se deu o surgimento dos oito contos que compõem o livro A Ira dos Dragões e outros contos.
Thiago Tizzot, admirador de Tolkien, é autor e editor da Arte e Letra e escreve
sob o pseudônimo Estus Daheri, se encantou pelos desenhos de John Howe e lhe
escreveu a fim de elogiar e propor que seu trabalho fosse publicado no Brasil,
depois de algumas trocas de e-mails, acabaram por acordar que Thiago, autor de
Fantasia, se baseasse em algumas ilustrações e criasse os contos, e assim se
deu. Para quem ainda não ligou o nome à pessoa, Howe é um dos mais importantes
ilustradores da obra de J. R. R. Tolkien, autor de, entre outros livros, a
trilogia O Senhor dos Anéis. Também
transportou para as telas os personagens que compõem esta e outras obras como As Crônicas de Nárnia. Assim se deu um
livro não apenas visualmente belo.
Todas as histórias de A
Ira dos Dragões se passam no mundo criado por Thiago, Breasal – podemos
acompanhar as viagens dos personagens através do mapa na última página do
livro. Alguns contos e suas imagens (clique nelas para aumentá-las) que compõem a obra:
Em Viagem a Peneme
o leitor acompanha a história do gnomo Dunk ao encontrar o humano Vostak que
lhe pede ajuda com seus galadrins, embarcação sustentada por um enorme balão,
nele viajariam para Peneme, a ilha misteriosa com suas estranhas histórias, não
há relatos sobre a geografia do local, por isso é ainda mais difícil se
aventurar por seus caminhos. Precisam ir até o Mosteiro de Nafgun.
“Intocáveis relatos
falavam de viajantes que rumaram para lá e desapareceram, nunca mais foram
vistos. Sua mente foi tomada pelos perigos que aquele nome desencadeava e o
orgulho que seu pai tinha em dizer que fora e votara daquela ilha maldita com
as galadrins intactas”.
Em Bestas de Wyen
o leitor encontra o autor, Estus aparece com seu cachimbo numa conversa com
Raw, que lhe conta a história dos seres que dão título ao conto, quando piratas
assassinos atacavam os moradores do local,
“Há muito os
piratas estavam conscientes de que naquela região não encontravam resistência”.
mas não contavam com o surgimento das bestas. Uma
história com desenrolar incrível.
“Ele acreditava que
matando o pirata, ele mataria a dor. O que Vortha não sabia é que a dor é algo
que não se pode matar”.
Por motivos distintos, em O Ladrão e o Menestrel, Ligen, um gnomo, e Petar, um lumpa, estão
na mesma cela escura e úmida. O gnomo por ter sido pego roubando uma pintura, o
lumpa por ter feito mau uso das palavras. Na verdade não foi um simples quadro,
ele possui um mapa oculto na pintura, que segundo a lenda conduz a um grande
tesouro.
Ligen era um “colecionador
de objetos alheios, como gostava de chamar sua ocupação”.
No conto Viagem a
Peneme, Raw descreve vagamente sobre os riscos que cercam a ilha. Em Qenari o leitor é trasportado novamente
à ilha e descobre, enfim, um pouco de sua geografia, encontra seres perigosos,
descobre também quem realmente deve temer.
“Porém não existem dúvidas
de que os mais vis e terríveis seres são os próprios monges. Mercenários do
saber, vendem seu conhecimento em troca de ouro, artefatos, pedras preciosas e
até pessoas”.
No Mosteiro de Nafgul há dois portões um onde o visitante
coloca sua pergunta, sem esquecer-se da habilidade dos monges em aproveitar de
algum deslize, uma falha contida neste pedido – a carta deve ser assinada com o
próprio sangue. Há uma cobrança pela tão aguardada resposta; devolvem o papel
escrito com o que desejam.
“Pode ser um
artefato, uma página de um antigo livro, um animal, qualquer coisa que eles
julguem ser interessante para eles. O problema é que de alguma forma você passa
a ser vigiado, se percebem que você desistiu da busca, uma bela manhã sua
garganta pode ‘surgir’ cortada”.
O grupo Pena Prateada precisa de respostas, são seres
sábios, então conhecendo a fama dos monges, desta vez seriam eles a estar no
comando.
No conto que dá título ao livro, Stenig segue com um
segredo até o deserto de Tatekoplan, se infiltra entre os prisioneiros no
acampamento. Antes de colocar seus planos em ação, Stenig estudou o local, porém
se permanecesse mais tempo naquela vida, a alimentação, o cansaço, o teriam
debilitado.
“Sobre as areias
brancas do deserto de Tatekoplan os prisioneiros trabalham pesado com as pás. Os
guardas vigiando atentamente e um movimento em falso era o suficiente para usarem
seus chicotes”.
Acompanhar os contos com as imagens e o mapa deixa tudo
ainda mais rico, acrescenta e muito! Apenas senti falta de algumas explicações
tanto sobre os personagens quanto o desenrolar das histórias que bem poderiam
ser novelas (narrativas um pouco mais longas que contos e mais curtas que
romances) para maior desenvolvimento das ideias. Mas para aquele que como eu
sentir esta necessidade de permanecer em Breasal, pode acompanhar outras
aventuras no romance O Segredo da Guerra,
em que há mapa e glossário sobre os personagens e termos importantes.
A Ira dos Dragões e outros contos é um
livro encantador, daqueles que a capa, a diagramação, são convites ainda mais
tentadores – afinal, essa é praticamente a forma de primeiro contato com a
obra. Indicado para leitores de fantasia.
Editora: Arte e Letra
ISBN: 9788560499199
Ano: 2009
Páginas: 210
No Skoob
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Conheça mais o trabalho de John Howe http://www.john-howe.com/
Adquira o livro A Ira dos Dragões e outros contos
*.* Fantasia à la "O Senhor dos Anéis" + ilustrações = perfeição! Esse já foi para minha lista!
ResponderExcluirÉ muito bom, recomendado! =)
ExcluirCellyta, adorei a resenha, com certeza, quero ler.
ResponderExcluirLeia sim, T =)
ExcluirTem o ebook a venda?
ResponderExcluirNão, somente livro físico, http://bit.ly/oSLpFl
Excluirgostei do visual mas ele não é muito curto? apenas 210 páginas sou novo em leitura mas acho que é pouca historia :c
ResponderExcluirNão é curto para 8 contos.
ExcluirMas você pode ler o livro de contos e também "O segredo da guerra", que se passa no mesmo mundo e é um romance. ^.^
são 210 páginas por cada conto ou 210 páginas todos os contos?
ResponderExcluirTotal, o livro contém 210 páginas. Contos são histórias curtas.
ExcluirAmei a resenha, estou muito curiosa sobre os contos - e sobre as ilustrações! Beijos.
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